Poço é uma videoarte que traz um ensaio sensível sobre a sociedade do cansaço. Vivemos numa época de supervalorização de indivíduos hiperativos que se arrastam no cotidiano produtivo realizando tarefas múltiplas. A máxima exigência de ser e ter causa um esgotamento físico e psíquico que parece impossível de remediar num mundo que não descansa. O individuo hoje, mesmo quando recolhido em sua casa, permanece ativo, hiperconectado como se trouxesse o exterior, a rua, para o sossego do lar. Nesse cenário de exaustão, em que cada gota anuncia um transbordar, o antigo ritual do escalda-pés nos leva a um mergulho no passado, num poço profundo, tranquilo e silencioso.